Para ex-reitora de Stanford, fracasso ajuda crianças

Educada com rigidez pelos pais e influenciada pelo movimento da contracultura, a geração dos anos 60 e 70 decidiu tratar seus filhos de forma diferente. De acordo com a autora do livro “Como criar um Adulto” e ex-reitora da Universidade Stanford, Julie Lythcott-Haims, foi essa geração (menos rigor e cobranças, mais amor e compreensão) que, anos mais tarde, veio a conceber adultos incapazes de tomar decisões por conta própria.
O chamado overparenting (ação de guiar, proteger e interferir na vida dos filhos de forma excessiva) foi notado por Lythcott-Haims quando ela ainda atuava como reitora de uma das universidades mais tradicionais dos Estados Unidos. Apesar de ter percebido que, a cada ano, os alunos calouros eram mais brilhantes, ela viu que eles se tornavam cada vez menos capazes de cuidar deles mesmos.
Outro fator que contribuiu para que a pesquisadora chegasse a essa conclusão foi a sua própria experiência como mãe. Em uma entrevista, ela disse ter ficado surpresa quando precisou cortar o bife para o filho, que já estava com 10 anos e tinha plenas condições de fazê-lo sozinho.
Segundo a autora do livro, os pais devem dar amor incondicional aos filhos, mas precisam tomar cuidado para que eles possam desenvolver a própria independência. Isso significa que as crianças precisam cometer erros, tornando-se cada vez mais resistentes. Para explicar o que são pais superprotetores, a pesquisadora refere-se ao termo pais-helicóptero (estão sempre voando baixinho e prontos para socorrer os filhos caso haja algum problema).
A grande lição de “Como criar um adulto” é que os pais aprendam a dosar o carinho e a arte de ensinar para que, lá na frente, quando as crianças estiverem grandes, elas saibam resolver problemas e dar valor às coisas. Para Julie Lythcott-Haims, é importante que os pais mostrem o caminho, uma vez que os filhos tendem a seguir seus exemplos.