O quanto a educação tradicional está se afastando das rotinas dos jovens? Em artigo recente no New York Times, Amanda Ripley, jornalista especializada em educação, responde: muito. Segundo ela, a cada ano, cerca de um em cada quatro adolescentes americanos abandona o ensino médio. Ripley afirma que a raiz deste fenômeno está no fato de que muitos consideram as aulas desinteressantes e gostariam de ter na sala de aula disciplinas e temas mais relacionados com o que vivem no dia a dia.

Muitos educadores vêm debatendo o tema com afinco e, em alguns países, o ensino técnico se mostra uma boa resposta às necessidades de estudantes que querem ver uma aplicação do que estudam. Um dos países com a menor taxa de evasão escolar – e, interessantemente, de desemprego – é a Alemanha. Além do curso técnico, os alunos também estagiam em alguma empresa, o que colabora na formação de profissionais moldados às necessidades do mercado de trabalho. As empresas saem ganhando, os estudantes também.

Nos Estados Unidos, um bom exemplo vem da Pathways in Technology Early College High School (P-Tech), em Nova York. Grande parte dos formandos têm trabalho certo na IBM quando saem da escola. Os alunos podem avançar em seu próprio ritmo, e muitos estão em vias de obter uma graduação tecnológica em menos de seis anos. Como aponta a jornalista americana, da mesma forma que os adultos, os adolescentes também  precisam provar que dominam um assunto ou tem uma habilidade. E enquanto as escolas não perceberem isso e mudarem seus currículos, tornando-os mais atrativos e desafiantes, essa sensação de vazio pode perdurar.

[quickshare]